domingo, 28 de novembro de 2004

Outono

Depois destes 14 anos a viver em Viseu, penso que aquilo que mais saudades me deixará é o Outono da Beira.
As viagens de autocarro são uma boa ocasião para me deleitar com a paisagem desta estação.
O verde sempre presente dos pinheiros é invadido pelos vermelhos dos áceres, os castanhos dos carvalhos, os amarelos dos castanheiros, e toda uma gama de variações de cores que correspondem a outras tantas espécies.
Este ano tivémos a sorte de ter um Outono seco, dourado, em que o frio contribui para o encanto da paisagem, ao levar ao acender ds lareiras. O fumo que suavemente se evola das chaminés torna o ambiente ainda mais irreal, quase de conto de fadas.
As cores douradas e pastel das folhas nos ramos, que ternamente se soltam e cobrem o chão, gentilmente levadas no vento, são realçadas pela luz suave do sol Outonal, que não aquece já, mas nos envolve em brilho.
Adoro passar numa rua, num caminho coberto de folhas coloridas, sentir o restolhar do vento, os estalidos debaixo dos pés...
O Outono é encantador. Mais romântico que a Primavera, mais suave que o Verão, menos triste que o Inverno. Melancólico sim, mas encantador. Como se a Natureza se preparasse para dormir, calmamente, sorrindo, sabendo que nos ramos das árvores agora a secar se esconde a promessa de renovação.
Adoro o Outono.